Archive for abril, 2014
Uma joia desprezada
Alta rotatividade administrativa demonstra como o prefeito está perdido na área da saúde – três diretores no hospital e quatro secretários – contando com um que só foi na campanha
Em qualquer administração pública olhando para seu maior capital, o povo, a área da saúde deveria ser a mais disputada, a mais sonhada pelos membros do grupo do poder. Em Livramento a Secretaria de saúde parece ser desprezada, igual aos leprosos da época em que Cristo passou por entre nós.
A área serviu para atrair um companheiro para a chapa da disputa eleitoral, em campanha os “cabeças de chapa” foram vendidos como especialistas em saúde. Já depois da vitória o vice, tido como administrador correto e lutador da área foi descartado, delineando o caminho a ser seguido pela administração.
Em dezesseis meses de administração três titulares já sentaram na cadeira principal da secretaria de saúde – os três ligados à família do prefeito. Muito se conversou que um deputado federal indicaria o secretário (por que será que ele não veio), um vereador foi sondado para a pasta e um conceituado odontólogo, formado em São Paulo, entre outros, também rejeitou a titularidade da saúde. O que há de errado? Estão praticando “bullyng” com a pasta?
Além de administrar pelo menos 15% do orçamento municipal a área da saúde é a que mais assina convênios com o governo federal. Teria tudo para projetar um bom administrador, como já o fez outrora com na administração Carlão Batista e em nível nacional, com José Serra, quando Ministro de Fernando Henrique, entre outros.
As promessas dos “especialistas em saúde” vão se perdendo com o tempo. UTI, Hospital em Iguatemi, médicos de todas especialidades, mais dezoito equipes de PSF’s são promessas que só são lembradas pelo povo livramentense, mas esquecida por seus gestores. O hospital que seria “a jóia da coroa” também não se firma e, capenga, já está no terceiro diretor, sendo que o atual nem plantão tem e raramente aparece no órgão, entregando a administração a pessoa não autorizada.
O Sistema de Saúde do Município está igual a barata tonta, com titulares sem autonomias e duplamente vinculado ao prefeito, tanto hierarquicamente administrativamente, como pelo laço familiar, demonstrando total subserviência aos caprichos do prefeito, que pouco aparece e se importa com os destinos da cidade.
Cantada como um a grande especialista a tia do prefeito abandonou o posta há mais de um mês, durante todo este tempo foi procurado alguém para assumir a titularidade, não encontrando alguém o prefeito optou, mais uma vez, pelos laços familiares e nomeou a cunhada, Enfermeira com pouco tempo de formatura e sem nenhuma experiência administrativa. Esperar torcendo, quem for de rezar, reze.
Livramento, Salvador e Roma – nem parecem ser a mesma Igreja
Artigo de “Mãe Stella” no Jornal A TARDE desta quarta-feira, 23, mostra a ação de duas pessoas que vivem para servir e dar exemplos: D. Murilo Krieger, que agiu de forma exemplar e ela, Mãe Stella, que apesar de ser de outra religião reconhece o ressalta o valor do Arcebispo Primaz do Brasil.
Leia o artigo clicando na imagem.
Diretor fala de hospital que população não vê
Diretor do Hospital fala que está tudo bem, população se revolta com declarações
O médico, Dr. Walter Luis Caires Bittencourt, CRM BA nº 11.756, nomeado como Diretor do Hospital de Livramento em 16 de janeiro teve uma entrevista veiculada nesta terça-feira, em uma rádio da cidade. Gravada um dia anterior, uma segunda-feira (único dia em que o médico está na cidade, mas não necessariamente no hospital) o entrevistado demonstra desconhecer a realidade do nosocômio, que maltrata o livramentense, sequer oferecendo o remédio para suas doenças.
Dr. Walter também presta serviços em hospitais de Vitória da Conquista, como legista, Paramirim, Macaúbas e, também na segunda-feira, é encontrado em uma clínica particular em Livramento. No Hospital Municipal ele recebe para ficar de “sobre aviso” às segundas, único dia em que se encontra em Livramento, e como Diretor (!).
Na entrevista ele teria dito ser o “seu” hospital um dos melhores do Brasil (chegando a dar nota “oito a nove”) em total afronta à opinião pública, que não se cansa de reclamar do estabelecimento. No hospital de Dr. Walter não falta lençóis, nem médicos e são realizadas muitas cirurgias, faltando “de vez em quando apenas um suco depois do almoço”. No hospital de Dr. Walter a máquina de lavar roupas quebra e demora só quinze dias para ser consertada, no hospital de Dr. Walter tudo anda bem – ele só esqueceu-se de dizer onde fica este hospital.
A realidade
A Secretaria de Saúde continua sem um titular, depois do abandono da Tia do prefeito, que foi para Salvador e não mais voltou.
As reclamações se avolumam de tal maneira que já estão se tornando corriqueiras e repetitivas: faltam remédios, médicos, material para curativos, atendentes que não sabem aplicar injeções… … …
Com a deterioração dos serviços as queixas se ampliaram para falta de lençol, comida, lanches e nos últimos dias uma cidadã postou fotos em uma rede social denunciando falta de cadeiras e mesas.
Para o Dr. Walter lençol demora meses para serem comprados – esquece ele que só a administração dele à frente ao hospital já se completou três meses, tempo suficiente para qualquer licitação. Além do mais em emergência poderia ser contratado – como o prefeito contratou uma empresa antes mesmo de tomar posse. Qualquer pessoa que queira ter lençóis personalizados não demora mais que algumas horas para adquiri-los.
Hoje (e há muito tempo) as roupas do hospital são lavadas em Paramirim. Segundo Dr. Walter demora muito para comprar peça de reposição para conserto – no mundo globalizado de hoje qualquer cidadão adquire e recebe qualquer peça em dois, três dias no máximo.
O lixo hospitalar é coletado junto com os outros resíduos da cidade, sendo conduzido ao mesmo lugar, podendo causar sérios danos à saúde dos livramentenses, pois (infelizmente) pessoas perambulam pelo lixão podendo ser contaminados e retransmitir essas doenças.
Diversas cirurgias são transferidas para Paramirim (!) e já houve ato cirúrgico suspenso na hora por falta de lençol no Centro Cirúrgico. Em outras pacientes são “orientados” a pagarem pela mesma naquela cidade para serem atendido com a devida urgência necessária – principalmente pelo paciente que quer se ver curado.
Fazendo o maior alarde de que o hospital não tinha gerador de energia o prefeito assumiu no início de 2013, mas até hoje, 16 meses depois, nada fez para colocar um novo para funcionar e conseguiu derrubar o conceito do órgão junto à população.
Tão surpreendente quanto as palavras do médico/diretor foi a reação inerte do locutor. Vangloriando de defender “meu povo de Livramento” nada falou e ainda corroborou com as inverdades ditas. Recebendo várias denuncias diariamente, sem pô-las no ar, o locutor simplesmente aquiesceu as palavras do médico, sem nada contestar.
Nas ruas da cidade o povo ficou atônito com as “revelações” e muitos querem saber: “Onde fica o Hospital de Dr. Walter?”.
Administração Municipal demite para realizar São João
Com altas despesas na contratação de dupla sertaneja o prefeito demite – estratégia de ´pão e circo’ para melhorar imagem?
Quatrocentas? Duzentas? Cento e oitenta? É incerto o número de demissões na Administração Pública. Pessoas que prestavam serviços através de Cooperativas e “Institutos” foram dispensadas, sem motivos aparentes. Segundo comentários foram dispensados por excesso de pessoal, ou por falta de verba para pagamento – embora um esteja diretamente ligado ao outro.
Em campanha o hoje prefeito afirmava a sobra de dinheiro na administração e prometia emprego a todos. Uma mesma linha de ônibus a três, quatro pessoas…, uma mesma função a várias outras, às vezes até de uma única casa, de uma única família… Ao assumir a prefeitura, e para fugir dos rigores das Leis (sempre assim) contratou varias Cooperativas, um “Instituto” e terceirizou serviços.
Durante os quinze meses de administração atrasaram salários, pagamentos de contratos e até salário de professor (que tem verba “carimbada”) sofreu atraso. O Poder Legislativo nunca recebeu seu repasse integral, tendo só no último dia do ano de 2013 (31 de dezembro) recebido mais de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), pois a Lei determina que o saldo na conta do Legislativo, ao fim do último dia do ano, seja retornado aos cofres do executivo.
A quantidade de livramentenses que perderam o emprego na administração é incerta, as razões também desconhecidas. Pode ser devido o “efeito Zezé de Camargo e Luciano”, onde só no contrato da dupla será dispensado recursos da ordem de R$ 267.500,00, fora exigências da dupla para o camarim, seguranças, palco e gerador de energia disponível, para o caso de apagão na hora do show. Em época de crise a administração municipal gastará verba bem superior a R$ 500.000,00 para a realização dos festejos, enquanto desemprega pais de famílias, atrasa salários e não dá a devida assistência ao sistema de saúde municipal.
Pela Democracia participativa
Câmara aprova doação de terreno opara construção de um Presídio Estadual em Livramento
Não restam duvidas que a o melhor forma de governo seja a criada na antiga Grécia, a Democracia. Naquele tempo foi grande o avanço, quando algumas pessoas receberam o direito de fazerem importantes escolhas pelo Governo, direta ou indiretamente, através de representantes eleitos ou por intervenção direta, no que se deu o nome de plebiscito. Digo algumas pessoas, pois só quem votava eram homens, a exceção de estrangeiros. De lá para cá muito se evoluiu e aumentou o universo de votantes.
Mesmo na antiga Grécia já se usava a Democracia participativa, quando o povo era chamado a decidir diretamente em determinados assuntos, geralmente nos que mais impactariam no dia a dia. No Brasil atual muito se mudou: Após sairmos de uma ditadura militar o povo foi agraciado com a “Constituição Cidadã” e vive o maior período democrático da sua história.
O parágrafo primeiro, do artigo primeiro (da Constituição) diz que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” No que tange ao Poder Legislativo a “Constituição Cidadã” diz que é uma das competências das suas Comissões “realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;” (Art. 58, § 2º, II).
Uma campanha eleitoral serve para os candidatos dizerem o que pretendem realizar e o povo vota, elegendo seus representantes, conforme as propostas apresentadas. Na última campanha para prefeito, a proposta vencedora muito se falou em UTI para o hospital, efetivação de mais onze Unidades de Saúde da Família (PSF’s), construção de hospital em Iguatemi, criação de uma Secretaria de Segurança Pública Municipal, de Guarda Municipal… … … em nenhum momento se falou em desativação do Aeródromo e em construção de um Presídio no nosso Município.
Na Sessão legislativa da última sexta-feira (11) foi aprovado um Projeto de Lei do Prefeito em que, originalmente, pedia permissão para doar uma área do aeródromo para a construção de um “Complexo Policial”, mas um locutor amigo informou e vangloriou ao vivo que tramitaria na Câmara Projeto de Lei para construção de um presídio em Livramento. Rejeitada a idéia do local o Vereador Paulo Lessa (do alto de sua “competência”) apresenta emenda mudando o local de doação para a antiga área da “fábrica de bloquetes” e na “Justificação” afirma que a cidade precisa de um Presídio, a emenda foi aprovada.
Apresentada uma solicitação para a realização de uma Audiência Pública com a população o Presidente da Câmara, João de Amorim e Silva, não a levou em consideração e colocou o Projeto em pauta, com mais uma pequena modificação, e o mesmo foi aprovado por unanimidade dos presentes – isso tudo em apenas três sessões.
Segundo informações do Vereador Antonio Luis Rego nenhum órgão do município, ou do estado, sabe sobre tal construção, mas mesmo assim ele apresentou a emenda que determina a apresentação dos projetos de construção e funcionamento para o prazo de sessenta dias, sob pena de a doação ser revertida ao município.
Qual o medo de ouvir a população? Por que não realizar a Democracia participativa direta, onde o povo decidiria, ou não, pela construção do presídio? O Vereador Paulo Lessa, dono de todos os argumentos, afirma que não virão presos de outros municípios, mas quem é ele para tal afirmação? Quem decide isso não é ele, o legislativo, ou o executivo, mas o Judiciário. Vinte celas em um Complexo Policial (!), ou em um Presídio, logo estarão abarrotadas com mais de duzentos presos em superlotação, com o ocorre com todo o sistema prisional brasileiro.
Segurança Pública não se faz com construção de prisões, mas com prevenção. O município de Livramento conta com insuficientes policiais civis e uma Companhia Independente da Polícia Militar com efetivo pequeno, também insuficiente para a sua abrangência. Uma boa reforma, e pequena ampliação, no atual Complexo Policial atenderiam ao nosso município.
A área que o Vereador destinou para o Complexo Policial/Presídio deveria ter sido usada para construir a UBS do Bairro Benito Gama e a UPA, evitando a interdição do Aeródromo. Está provada a existência de outras áreas e a desnecessária desativação do nosso campo de aviação, exceto para contemplar a especulação fundiária de propriedade próxima.
O Projeto aprovado foi encaminhado à sanção do prefeito, está cheio de “vícios legislativos” e poderá ser contestado judicialmente em um prazo de até dois anos, a depender da vontade do povo, este sim, soberano para decidir pelos destinos da nossa Cidade e com competência para, unidos, não aceitarem desmandos.
Veja aqui a “Justificação” da emenda ao Projeto de Lei