Quem disse que não houve o “movimento dos arrependidos”?
O descontentamento com a atual administração começou mesmo antes de ela iniciar oficialmente. O seu vice já reclamava do não cumprimento dos compromissos feitos quando da formação da coligação, muitos cabos eleitorais cobravam seus postos, mas também não eram atendidos. Depois da posse o Vereador do PT revelou que em determinada reunião um chefe político do grupo dissera que ele era para ser “queimado”.
Quando a administração oficialmente começou as cobranças aumentaram, com elas o descontentamento, excetuando aí, aparentemente, os grandes financiadores de campanha. Os pequenos reclamam aqui e acolá, são ouvidos em todos os cantos, só não tem eco nos gabinetes do poder.
Com o descontentamento sempre latente o prefeito se ausenta da Prefeitura, entregando a administração a prepostos estrategicamente nomeados. O que nunca começou de fato está sem rumo, agradando a poucos privilegiados.
Movimentos isolados começaram aqui e ali. Um, dois, três… diante da fragilidade da liderança ousou-se a convocar a população para uma “passeata dos arrependidos”. O convite foi estendido a toda a população através de um carro de som volante, sem nenhum impedimento.
No dia da manifestação o poder se movimentou e alguém avisou ao prefeito: “Doutor, o movimento está crescendo, tem que fazer algo, nem se for uma blitz, senão vocês vão se surpreender com o tamanho da passeata”.
Coincidentemente à noite a Polícia Militar estava, com a equipe de cinco viaturas, em blitz, dividindo a cidade em duas, onde, aparentemente, apreendeu mais de cinquenta motos. Na parte de cima da ação da Polícia Militar a movimentação foi intensa de carros, motos e o povo na rua.
Segundo comentários, um Policial Militar foi até o que seria o ponto inicial da manifestação e informou que o carro de som não tinha alvará para trabalhar (o mesmo que já fizera a divulgação anterior) e outro divulgador foi providenciado.
Claro que a manifestação ocorreu. A luz que já era amarela alaranjou. Houve correligionários do prefeito afirmando que “não deixamos realizar a manifestação”, se tal fato ocorreu fere de morte a Constituição Federal que permite toda e qualquer manifestação pacífica.
A latência da insatisfação está maior, faltando uma liderança mais forte, uma melhor organização e, com certeza, o povo vai às ruas. O vice-prefeito disse, neste final de semana, que ainda espera o cumprimento de promessas que fizeram a ele. Quem sabe…
Esta é a minha opinião.